fbpx

Protesto do Sindicato dá resultado na Novelis

Um protesto do Sindicato dos Metalúrgicos teve um resultado rápido na fábrica Novelis. Em menos de uma semana a direção da empresa aplicou mudanças no setor apontado, a Reciclagem 2.

No dia 18 de fevereiro, a direção do Sindicato fez uma panfletagem do boletim Mete Bronca, denunciando erros graves da coordenação. Cinco dias depois, na quarta-feira, dia 23, a fábrica fez mudanças na coordenação da área.

De acordo com o dirigente Sindical Novelis, Odirley Prado, três problemas foram apontados no boletim sobre a Reciclagem 2, uma área muito desgastante, com excesso de calor.

“O Sindicato sempre atua com muita seriedade e com muita responsabilidade. Mostramos o que estava errado, inclusive falhas graves de segurança. Felizmente, a pressão deu certo e mudanças ocorreram. Vamos continuar na luta, sempre”, disse.

Veja detalhes dos problemas apontados:

1. Hora-extra obrigatória

A hora-extra, como o nome diz, deve ser para algo extraordinário, não pode virar rotina, não pode ser antes da jornada e não pode ser obrigatória.

A coordenação da Reciclagem 2 havia afirmado, em reunião com a equipe, que 3 ou 4 funcionários teriam que ficar de hora-extra em todo turno.

O fato ainda tem um agravante na Novelis. Em turno de revezamento, como ocorre na fábrica, a hora-extra só é permitida se houver previsão no acordo coletivo que instituiu o turno de revezamento. Não há acordo coletivo na Novelis, ou seja, o turno ininterrupto está duas vezes irregular. Não poderia haver nada de hora-extra.

2. Falha de segurança

A coordenação havia determinado o vazamento do cadinho (um tipo de tanque pra transportar o alumínio líquido) com temperatura abaixo de 730 graus, pra não esperar chegar na temperatura certa e dizer pra gerência que acelerou o processo.

Estava totalmente irregular. O procedimento é abertura acima de 730 graus, para evitar entupimento do cadinho. Quando entope é um mecânico que vai perto da saída do cadinho, cutucar ele com a lança baiana, pra derreter o que entupiu, ficando exposto a alto risco de acidente.

3. Excesso de pressão

A coordenação havia determinado, sem qualquer embasamento, que deveriam ser feitos 30 cadinhos por turno, sendo que a meta é de 23 cadinhos por turno, o que já é muito.

Outros problemas

O Sindicato continua questionando a fábrica sobre outros problemas, como o excesso de pressão por produção que coordenadores da Refusão tem feito sobre funcionários com sequelas do trabalho, mesmo com todas as limitações que esses trabalhadores enfrentam.