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Trabalhadores fazem paralisação por condições de trabalho na GV do Brasil

Assembleia aprovou por unanimidade paralisação de 2 horas, que teve adesão total

Os trabalhadores da fábrica GV do Brasil, em Pindamonhangaba, estão fazendo uma paralisação de duas horas nessa terça-feira, dia 12, por questões de segurança, contra o excesso de acidentes e por melhores condições de trabalho. A fábrica atua no setor siderúrgico e emprega 420 funcionários.

O ponto principal de reclamações do Sindicato dos Metalúrgicos é sobre o setor de aciaria, onde ficam os fornos. Segundo a entidade, o excesso de fumaça tóxica vem provocando muitos riscos à segurança dos funcionários, à saúde deles e inclusive da população que mora perto da fábrica.

Nessa segunda-feira, os vidros da cabine onde fica o operador do forno chegaram a trincar de tanto calor. O Sindicato afirma que já havia denunciado que o reparo dessa cabine feito após um incêndio estava irregular. Os vidros são inadequados e a vedação também. O calor chega a 44°, além da fumaça tóxica e da visibilidade prejudicada.

De acordo com o presidente da entidade, André Oliveira, as reivindicações de segurança são recorrentes na GV do Brasil.

“A empresa vive prometendo que vai solucionar, mas não resolve. Outras paralisações já ocorreram e se não houver medidas efetivas, o movimento pode caminhar para uma greve”, disse.

De acordo com o dirigente sindical na GV, Paceli Alves, a situação da segurança na aciaria é crítica.

“Excesso de fumaça, excesso de calor, ao ponto de trincar os vidros da cabine do forno, tivemos dois acidentes na laminação, um deles com amputação de parte do dedo, incidentes graves com a panela. Estamos preocupados com o risco de ocorrer uma morte na fábrica. Produção sim, mas primeiramente tem que estar a vida de cada trabalhador”, disse.

Choque de 440 volts

A paralisação também protestou contra uma situação grave ocorrida também na Aciaria no final de dezembro, durante um “paradão” de manutenção.

Uma manutenção que precisava ser feita no braço do forno estava dando choque. Vários funcionários acabaram recebendo choque de 440 volts, que pode ser fatal.

Primeiro foram 2 eletricistas. A chefia se recusou a desligar a energia para eles fazerem a manutenção. Desligar a energia não iria prejudicar o forno, mas a chefia não queria atrasar a produção nem por 1 minuto. 

Os 2 tomaram o choque ao mesmo tempo. Foram encaminhados para o hospital, um deles inclusive teve que ficar em observação. Graças a Deus não morreram.

O gerente da Aciaria que ficou responsável no momento pelo paradão, determinou que 2 mecânicos de manutenção da terceira Truculo fossem fazer a operação no braço do forno mesmo sabendo que o local estava dando choque.

Os 2 mecânicos também tomaram choque. O gerente da Aciaria insistiu e ordenou que eles continuassem fazendo a manutenção, mesmo tomando choque de 440 volts. Os 2 mecânicos se recusaram a continuar e pediram demissão.

Produção na GV está alta, trânsito na rodovia Vereador Abel Fabrício Dias ficou carregado com o número de caminhões aguardando fim da paralisação