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FEM-CUT/SP pressiona G3 a avançar na jornada de 40 horas

A Federação e a bancada patronal continuam a negociação no dia 20, em Diadema.

Valmir Marques, Biro Biro, presidente da FEM-CUT/SP e Dr. Oliveira, rodada do G3. Crédito: Paulo Souza/SMABC
Valmir Marques, Biro Biro, presidente da FEM-CUT/SP e Dr. Oliveira, rodada do G3. Crédito: Paulo Souza/SMABC

 

A redução na jornada de trabalho de 44h para 40h semanais, sem redução no salário, foi o tema da terceira rodada de negociação da Campanha Salarial entre a Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) e a bancada patronal do Grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos), ocorrida na quinta-feira, dia 15, na sede do Sindipeças, em Santo Amaro.

Essa reivindicação faz parte da pauta de reivindicações do ramo metalúrgico cutista no Estado de São Paulo há mais de 10 anos. “Propomos a redução na jornada de forma paulatina, por exemplo, por ano. Nas montadoras conquistamos essa redução e, hoje, os metalúrgicos da nossa base do ABC paulista, Taubaté e São Carlos trabalham 40 horas”, explica o presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva (Biro Biro).

Biro rebateu a argumentação patronal de que aceitaria a redução se fosse aprovada em Lei pela Câmara dos Deputados. “A nossa proposta acarretará impactos positivos tanto para as empresas, que terão tempo para se adaptar, como para os trabalhadores, que melhorarão a sua produtividade em razão do tempo que terão para estudar e se qualificar”, explicou Biro.

 

Cenário não é de pessimismo

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, acompanhou a rodada no G3 no Sindipeças e destacou que o cenário do setor metalúrgico não é de pessimismo. “O nosso ramo está em crescimento, por exemplo, o setor de autopeças registrou um aumento no faturamento de 10% neste ano”, disse.

Marques também salientou que o segmento de autopeças será beneficiado com um aporte de recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão provenientes do programa INOVAR-AUTO, que será aplicado na reformulação do parque industrial. “Na próxima segunda-feira, dia 19, a presidenta Dilma virá a São Bernardo e anunciará R$ 8 bilhões de investimentos em mobilidade urbana, habitação e entregará 100 retroescadeiras para municípios com menos de 50 mil habitantes”, concluiu.

 

Cláusulas Sociais e Próxima Rodada

A FEM-CUT/SP e a bancada patronal do G3 continuarão a rodada de negociação da Campanha Salarial, no dia 20 de agosto (terça-feira), às 10h, na Regional do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema.

A bancada do G3 sinalizou a possibilidade de avançar nas cláusulas sociais reivindicadas pela FEM que tratam do empregado em idade de prestação de serviço militar, do trabalhador estudante e da implantação de um plantão ambulatorial nas empresas acima de 50 empregados.

 

Principais reivindicações da FEM-CUT/SP

As principais reivindicações são a reposição integral da inflação, o aumento real no salário, a valorização nos pisos salariais, a redução da jornada de trabalho, sem redução de salário e a ampliação e unificação de direitos em Convenção Coletiva de Trabalho.

A Campanha Salarial da FEM tem pauta cheia, ou seja, serão negociados com os patrões a renovação, a melhoria e a ampliação das cláusulas econômicas (aumento salarial e pisos) e sociais.

A Federação inicia nesta sexta-feira, dia 16, a rodada de negociação com a bancada da Fundição, às 10h, na sede da FEM, em São Bernardo.

 

Confira a abaixo os setores metalúrgicos da base da FEM em Campanha:

Data-base: 1º de setembro

Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)

Total:75.500

Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)

Total: 51 mil

Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros)

Total: 36 mil

Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)

Total: 35 mil

Estamparia

Total: 4.000

Fundição

Total: 4.000

Total: 205,5 mil metalúrgicos em Campanha

Fonte: Portal FEM-CUT/SP