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Professor Douglas Izzo assume presidência da CUT São Paulo

É a primeira vez que a Central estadual terá à frente um servidor público; confira a nova chapa eleita

Ao centro, o novo presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, junto aos dirigentes de Pinda no congresso, Maria Auxiliadora e Valdir Augusto (foto Divulgação)
Ao centro, o novo presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, junto aos dirigentes de Pinda no congresso, Maria Auxiliadora e Valdir Augusto (foto Divulgação)

No dia do aniversário de 32 anos da fundação da CUT, cerca de 900 delegados e delegadas do 14º Congresso Estadual da CUT São Paulo (CECUT) elegeram por unanimidade, em Águas de Lindóia, a nova diretoria executiva e o conselho fiscal da CUT São Paulo (ao final da matéria) que ficarão à frente da entidade até 2019. Nesta sexta (28), a atividade foi acompanhada por políticos, sindicalistas e representantes de movimentos sociais, no último dia do evento.

Em momento solene e que comoveu o plenário, o professor Douglas Izzo, efetivo de Geografia e de Sociologia da rede pública de São Paulo, foi empossado como novo presidente da entidade para o próximo quadriênio, como representante do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp). Na ocasião também se comemorou a paridade de gênero, inédita na Central estadual. (Leia mais)

O Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba está participando do congresso, representado pelos dirigentes Valdir Augusto e Maria Auxiliadora.

O congresso ocorre em um momento político marcado pelo avanço do conservadorismo no país, que tem o estado de São Paulo como berço do retrocesso nos direitos sociais. Também em meio a uma crise política e econômica que vem afetando setores como o da indústria, com inúmeras demissões dos metalúrgicos, em greve no ABC. Neste contexto é que dirigentes de diferentes ramos marcaram posições em debates, por quatro dias, diante do tema “Por um Projeto Popular para Mudar São Paulo”, que norteou o 14º CECUT-SP.

Douglas apontou para a necessidade de construir unidade para um projeto contrário ao do governo paulista. “Vivemos no estado mais conservador no país e por isso queremos uma alternativa ao neoliberalismo tucano que representa o desmonte do estado nos últimos 20 anos e que, neste momento, não consegue dar respostas efetivas à população do estado de São Paulo diante da crise da falta de água, na política industrial, segurança pública, mobilidade urbana, políticas sociais, saúde e educação”, afirmou.

Como exemplo, o dirigente comentou sobre a greve dos professores da rede pública estadual de São Paulo, decretada no dia 13 de março deste ano e que durou 92 dias, sendo a maior da história da Apeoesp, entidade que representa mais de 180 mil trabalhadores. “Alckmin até agora não cumpriu com a decisão da Justiça de pagar os professores que paralisaram. Ele trata assim a educação, os trabalhadores e a população e é contra esse modelo que faremos um enfrentamento ainda maior”, garante.

Izzo também aposta na continuidade de trabalhos que têm sido feitos e na ampliação do diálogo com a sociedade. “Seguiremos nossas bandeiras históricas lutando pela geração de mais e melhores empregos e salários, condições dignas de trabalho, valorização profissional, defesa dos serviços públicos e da previdência, redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial, melhor distribuição de renda, reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar”, afirmou.

Segundo o novo presidente, a CUT São Paulo irá reforçar a aliança com movimentos sociais e centrais parceiras, principalmente a partir do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.“Demonstramos no primeiro semestre a nossa força nas ruas e o que significa a unidade dos movimentos. Continuaremos mobilizados contra as agendas de [Joaquim] Levy e de Renan [Calheiros], combatendo a terceirização contra o PLC 30 [Projeto de Lei da Câmara] e avançando o máximo possível na nova Frente Brasil Popular. No mais, não aceitaremos golpe algum, mas exigimos que o governo Dilma promova mudanças estruturais”, aponta Izzo para a conjuntura.

Em sua fala, o presidente lembrou ainda do professor Carlos Ramiro de Castro, que faleceu em 5 de setembro de 2013. Segundo Izzo, ele foi exemplo de militância convicta dos valores socialistas e de luta por uma sociedade melhor. Também se solidarizou aos trabalhadores da indústria e do sistema financeiro, demitidos em massa nesta conjuntura, e fez referência à conquista da paridade, como uma superação do patriarcalismo impregnado nas relações e instituições.

foto Gerardo Lazzari
foto Gerardo Lazzari

Reconhecimento da luta

Nesta sexta (28), o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, fez referência aos 32 anos da Central, construído a partir das bases, e saudou a nova chapa dizendo que esta eleição foi um reconhecimento à importância da Apeoesp na construção da CUT.

“O companheiro Douglas certamente irá fazer um mandato, como fez Adi, unificando as forças políticas no estado e, acima de tudo, engrandecendo a Central para que ela seja ainda maior em São Paulo e com um projeto consistente de libertar os trabalhadores do domínio dos tucanos que fazem com que o estado, em um cenário político mundial, ande na marcha ré”, ressaltou.

A presidenta da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, falou sobre os novos desafios do dirigente em articular com todos os ramos, setores público e privado, campo e cidade e toda a diversidade que existe na CUT. “Douglas terá um trabalho fundamental na unidade e o papel da Central é ter hegemonia política, que tem sido exercido, mas temos que ir muito para as ruas neste momento. Também faremos enfrentamento como o fim do projeto de terceirização e o ajuste fiscal, que são questões nacionais”.

Já em âmbito estadual, Bebel fez referência à gestão atual. “Vocês viram o enfrentamento que fizemos durante a greve deste ano com este governador [Geraldo Alckmin] truculento. E o nosso projeto da CUT como um todo também terá que ser de alternativa de poder para o estado de São Paulo para derrubar este tucanato.”

Secretário Geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre saudou igualmente a chegada de Douglas Izzo. “Um companheiro que trabalha sempre pela unidade, uma grande liderança que terá apoio da CUT Nacional sempre”, garantiu.

Nobre também elogiou a qualidade do debate feito ao longo desses dias de congresso. “Não há militância igual a nossa. Muito do que se discutiu será objeto de debate e proposição ao Congresso Nacional. Também deixo aqui a minha homenagem aos guerreiros e guerreiras que cumpriram o seu papel ao longo dos últimos anos”, disse, ao se referir aos dirigentes que estão saindo.

Nos dias 13 a 17 de outubro ocorrerá em São Paulo, o 12º Congresso Nacional da CUT, o CONCUT.

O metalúrgico Adi dos Santos também se despediu da presidência neste congresso. “Inúmeras foram as passeatas e greves nos últimos 32 anos. Sentimos orgulho ao ver a ação da nossa Central, como foi a do último dia 20 deste mês, quando ocupamos as ruas com bandeiras e camisas vermelhas em São Paulo, diante do bairro da burguesia. Dali saímos energizados. Estamos aqui construindo a história e assim será dada a continuidade”, afirmou.

Desde 1984, passaram pela presidência da CUT São Paulo a petroleira Wanda Conti (1984 a 1985); o químico Jorge Luiz Cabral Coelho (1985 a 1988); o médico Arlindo Chinaglia Júnior (1988 a 1991); o metalúrgico José Lopez Feijoó (1991 a 2000); o petroleiro Antônio Carlos Spis (2000 a 2003); o químico Edilson de Paula Oliveira (2003 a 2009) e o metalúrgico Adi dos Santos Lima (2009 a 2015).

Perfil do novo presidente

Natural de São Paulo, Douglas Izzo tem 50 anos. Formado em Geografia, Ciências Sociais e Pedagogia, é professor efetivo desde 1992 na rede pública estadual. Na gestão anterior ocupou a cadeira da vice-presidência da CUT São Paulo. Há 10 anos na diretoria do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), já foi secretário de Assuntos Educacionais e Culturais e de Organização para a Grande São Paulo. Foi conselheiro estadual e coordenador da subsede de Itaquaquecetuba por dois mandatos. Coordena hoje o Fórum do Funcionalismo Público do Estado de São Paulo e compõe, desde 2015, a coordenação do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.

A CUT São Paulo

Organização sindical de caráter classista, autônomo e democrático, em 2015 a CUT São Paulo completa 31 anos (a CUT Nacional faz hoje 32 anos) de história na luta em defesa da democracia, dos direitos e interesses da classe trabalhadora. No Brasil, a CUT/SP é a maior Central estadual, com 1.052.110 associados e 4.068.774 trabalhadores/as na base, distribuídos em 338 sindicatos de diferentes ramos. Em âmbito nacional, a CUT é a maior central sindical do país e a quinta maior do mundo.

A executiva estadual – A nova direção eleita contempla os principais segmentos e ramos de atividade. Confira a composição da diretoria executiva da CUT/SP para o próximo quadriênio:

Presidente: Douglas Izzo (Educação)

Vice-Presidente: Sebastião Cardozo (Financeiro)

Secretário Geral: João Cayres (Metalúrgico)

Secretário de Administração e Finanças: Renato Zulato (Químico)

Secretária de Comunicação: Adriana Magalhães (Financeiro)

Secretária de Combate ao Racismo: Rosana Aparecida da Silva (Educação)

Secretária de Formação: Telma Victor (Educação)

Secretária da Juventude: Cibele Vieira (Químico)

Secretário de Saúde do Trabalhador: Vagner Menezes (Transporte)

Secretária da Mulher Trabalhadora: Ana Lúcia Firmino (Seguridade Social)

Secretária de Políticas Sociais: Kelly Domingos (Comércio e Serviços)

Secretário de Relações do Trabalho: Ademilson Terto da Silva (Metalúrgico)

Secretária de Meio Ambiente: Solange Cristina Ribeiro (Municipais)

Secretário de Organização: Élcio Marcelino (Seguridade Social)

Secretária de Política Sindical: Sônia Auxiliadora (Municipais)

Secretário de Mobilização: João Batista Gomes (Municipais)

 

Direção Plena

Ana Lucia de Mattos Flores (Municipais)

Anuska Pintucci Sales Cruz Schneider (Seguridade Social)

Aparecida Maria de Menezes (Construção Civil)

Carlos Fábio (Urbanitário)

Carlos Murilo (Transporte)

Carlos Roberto da Silva/Ketu (Municipais)

Ceres Lucena Ronquim (Metalúrgico)

Gilnair Pereira (Educação)

Gisele Lopes (Municipais)

Inês Granada (Serviço Público Federal)

João Nazaré (Educação)

José Freire da Silva (Químico)

Kátia Aparecida de Souza (Seguridade)

Lilian Parise (Comunicação)

Luiz Albano da Silva (Construção Civil)

Luiz Henrique de Souza (Urbanitário)

Marcelo da Silva (Comércio e Serviços)

Marcia Viana (Vestuário)

Marco Pimentel (FAF)

Roberto Vicentin (Financeiro)

Roseli de Souza (Municipais)

Solange Aparecida Benedeti Penha/Educação-Itapeva

Valdir Fernandes (Financeiro)

Valdir Tadeu (Seguridade Social)

 

Conselho Fiscal

Antônio Donizete (Financeiro)

José Fernando da Silva (Químico)

Cleide Maria de Jesus de Almeida (Educação)

Deise Aparecida Capelozza (Urbanitário)

 

Suplentes do Conselho Fiscal

Daniel Pedro (Alimentação)

José Justino Desidério Filho (FAF)

Fabiana Caramez (Comunicação)

Ana Rosa (Municipais)

Fonte: Portal CUT São Paulo, por Vanessa Ramos