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Campanha Salarial: FEM-CUT/SP pede empenho nas negociações e patrões “bom senso”

A Federação entregou na segunda-feira (16), a pauta de reivindicações para seis bancadas patronais

Dirigentes de Pinda presentes na entrega da pauta: Herivelto Moraes - Vela, Marcio Pimentel - Perneta e Mario Fernandes - Marcinho (Foto: Divulgação)
Dirigentes de Pinda presentes na entrega da pauta: Herivelto Moraes – Vela, Marcio Pimentel – Perneta e Mario Fernandes – Marcinho (Foto: Divulgação)

Dirigentes da FEM-CUT/SP e dos sindicatos metalúrgicos filiados entregaram na manhã de segunda-feira, dia 16, a pauta de reivindicações da Campanha Salarial da categoria para os representantes das seis bancadas patronais (abaixo relação), na sede do Sicetel, na FIESP.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba esteve presente, representado pelos dirigentes Herivelto Moraes – “Vela”, Marcio Pimentel – “Perneta” e Marcio Fernandes – “Marcinho”.

Estão em Campanha 215 mil metalúrgicos, de um total de 251 mil na base da FEM no Estado. Neste ano só serão negociadas as cláusulas econômicas, as sociais têm validade de dois anos e estão em vigor até 31 de agosto de 2015. A data-base é 1º de setembro.

O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva (Biro-Biro), pediu empenho e otimismo dos representantes patronais na condução das negociações e salientou que, embora o cenário econômico não foi bom no primeiro semestre, a boa notícia é que a indústria da transformação começa a apresentar sinais de recuperação neste segundo semestre. “Queremos fazer uma Campanha rápida e equilibrada. Nunca enfrentamos conjunturas favoráveis nas nossas negociações. Mas o nosso ramo tem disposição de luta e determinação e isso nos motivará a fechar acordos vitoriosos que beneficiarão todos os metalúrgicos e metalúrgicas da nossa base no Estado”, frisou o sindicalista.

Biro-Biro disse que a FEM-CUT/SP lutará nesta Campanha pela participação no crescimento dos setores. “Queremos a nossa parte nesse crescimento. Sabemos que o aumento real no salário é uma forma de distribuir renda e é importante que as empresas que têm se preocupado com a manutenção dos empregos, pensem nesta linha”, afirma.

O presidente da FEM também reforçou aos representantes do Grupo 8 e Estamparia que façam como a maioria dos demais setores patronais e concedam de forma efetiva a Licença Maternidade de 180 dias para as trabalhadoras. Hoje, esta cláusula é facultativa nestes setores. A reivindicação também foi feita ao G10, que hoje concede apenas 150 de Licença Maternidade.

Biro-Biro, presidente da FEM-CUT/SP, conversa com bancadas patronais na FIESP (foto: Adonis Guerra)
Biro-Biro, presidente da FEM-CUT/SP, conversa com bancadas patronais na FIESP (foto: Adonis Guerra)

 

Bom senso

Os representantes das seis bancadas patronais salientaram que as negociações da Campanha com a FEM-CUT/SP serão conduzidas com “muito bom senso” e buscarão o que for razoável e justo para ambas as partes. Todas as bancadas demonstraram sérias preocupações com as dificuldades econômicas vividas em seus setores.

O coordenador da bancada patronal do Grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos), Drauzio Rangel, disse que as expectativas são sempre positivas, porque é importante valorizar a negociação. “Nós realmente somos competentes e iremos chegar a um entendimento”, conta.

O coordenador da bancada do G8, Valdemar Andrade, salienta que as empresas do Grupo, que representam a indústria da transformação, estão passando muita dificuldade, mas frisou que estão no máximo preservando seus trabalhadores, tendo em vista uma possível retomada brevemente em questão da produção.

O diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (Sindimaq), Hiroyuki Sato, falou que as empresas estão passando dificuldades em razão da queda da carteira de pedidos, mas ressaltou que o setor não vive uma crise.

 

Desoneração da Folha de Pagamento

Perguntados sobre o impacto das medidas do governo federal para proteger a indústria brasileira, os representantes patronais dos Grupos 2 e 8 disseram que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e a desoneração da folha de pagamento, sem dúvida, são medidas que têm ajudado muito e se não existissem a situação nos setores estariam muito piores. O setor de Estamparia reclamou que ainda não foi beneficiado com a desoneração, e isso tem impactado negativamente as empresas.

Entrega de pauta a Valdemar Andrade - representante patronal do Grupo 8 (Foto: Mídia Consulte)
Entrega de pauta a Valdemar Andrade – representante patronal do Grupo 8 (Foto: Mídia Consulte)

 

Relacionamento e CCT

O assessor jurídico do Sindicato da Indústria de Fundição no Estado de São Paulo (SIPESP), Marcos Tavares Leite, destacou que o relacionamento com a FEM-CUT/SP sempre foi muito bom e isso vai continuar no ambiente da negociação.

O representante do Departamento Sindical da FIESP (Desin), Marco Aurélio Vizioli, que representa o Grupo 10, destaca que a expectativa das empresas é celebrar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a Federação. “Como nos últimos anos, temos conseguido firmar uma compreensão de ambos os lados, mesmo em momentos mais delicados no setor patronal, e, às vezes, também entendemos a posição dos trabalhadores, então nossa expectativa é firmar a Convenção”, finaliza.

 

G3 quer mudança na data-base

Durante a entrega das pautas de reivindicações, a bancada patronal do G3 entregou à FEM-CUT/SP uma pauta específica. O Grupo patronal reivindica a mudança da data-base, que hoje é 1º de setembro, para 1º de março. “A princípio não é prioridade para a Federação alterar essa data, assim como nós temos propostas, eles têm direito de reivindicar algumas coisas, e nós vamos buscar o melhor caminho para todos”, finaliza o presidente da FEM, Biro-Biro.

 

Calendário

A Federação aguardará o calendário de negociação das bancadas patronais para dar início às negociações da Campanha Salarial.

 

Pautas de reivindicações da FEM-CUT/SP

– Reposição dos salários pelo índice integral da inflação;

– Aumento real de salário;

– Valorização dos pisos;

– Licença Maternidade de 180 dias para os grupos patronais que ainda não concedem este benefício às trabalhadoras;

– Redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução no salário.

 

Base FEM-CUT/SP em Campanha

A data-base da categoria é 1º de setembro e estarão em Campanha cerca de 215 mil metalúrgicos, de um total de 251 mil na base da FEM no Estado. Neste ano só serão negociadas as cláusulas econômicas, as sociais têm validade de dois anos e estão em vigor até 31 de agosto de 2015.

 

Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)

Total:89,139 mil

 

Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)

Total: 51,531 mil

 

Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros)

Total: 41,872 mil

 

Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)

Total: 23,825 mil

 

Estamparia

Total: 5,337 mil

 

Fundição

Total: 3,941 mil

 

Total: 215,645 mil metalúrgicos em Campanha Lembrando que a FEM-CUT/SP representa 251 mil metalúrgicos na base (neste dado estão incluídos os setores aeroespacial e montadoras)

 

Fonte da notícia: Mídia Consulte – Assessoria de Comunicação – FEM-CUT/SP

 

Fonte dos dados: Subseção do Dieese da FEM-CNM/CUT