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Ato da CUT e centrais reúne mais de 5 mil trabalhadores em defesa dos direitos

Medidas econômicas e retirada de direitos levarão à recessão, alertam sindicalistas (Crédito Dino Santos)
Medidas econômicas e retirada de direitos levarão à recessão, alertam sindicalistas (Crédito Dino Santos)

Mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras da CUT e das demais centrais (Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB) ocuparam a Avenida Paulista nesta terça-feira (28) em defesa dos empregos, direitos e contra a recessão. Os manifestantes caminharam na Paulista, passaram no Ministério da Fazenda, onde entregaram documentos das centrais com críticas às medidas de crescimento econômico adotadas pelo governo, e terminaram o ato em frente à Petrobras.

O secretário geral da CUT Nacional, Sergio Nobre, avalia que a presidenta Dilma Rousseff tenha tomado as medidas sem total consciência da gravidade e do impacto nos direitos sociais e no emprego que elas trariam. Para ele, as mudanças anunciadas no início do ano contrariam o pronunciamento feito nessa última terça-feira (27), quando a presidenta afirmou que consolidará e ampliará o projeto vitorioso nas urnas.

“A agenda vitoriosa nas eleições é oposta às medidas atuais. Aquela visa melhorar e ampliar os direitos sociais, aumentar a renda, a produção e o mercado interno. O aumento da taxa de juros, a restrição do financiamento de bens e o achatamento das políticas sociais empurram o país para a recessão”, destaca o secretário. “Essa agenda vem sendo testada na Europa desde 2008, e, se funcionasse, a crise de lá já havia terminado há tempos”.

Nobre pontua que o caminho a ser seguido é apostar, além do mercado interno, no investimento em obras de infraestrutura, habitação e mobilidade urbana. “É isso que vai nos blindar da crise e fazer o país crescer. Mas, para isso, as medidas têm que ser contrárias às anunciadas. Temos que ampliar o crédito, melhorar a renda e proteger os direitos sociais”, completa o dirigente.

Ameaças

Essas ameaças aos direitos estão expressas nas duas medidas provisórias do governo federal (MP 664 e MP 665), que dificultam o acesso ao seguro-desemprego com a exigência de 18 meses de trabalho nos 24 meses anteriores à dispensa, num país em que a rotatividade da mão de obra é intensa, bloqueando em particular o acesso de trabalhadores jovens a este benefício social.

As novas exigências para a pensão por morte penalizam igualmente os trabalhadores: enquanto não se mexe nas pensões de alguns “privilegiados”, restringem o valor do benefício em até 50% para trabalhadores de baixa renda.

Revogação

A CUT e as centrais reivindicam a revogação/retirada dessas MPs, de modo a que se abra uma verdadeira discussão sobre a correção de distorções e eventuais fraudes, discussão para a qual as Centrais sempre estiveram abertas.

No último dia 19, em reunião da CUT e das demais centrais sindicais com quatro novos ministros de Estado, os representantes do governo federal afirmaram que as medidas anunciadas no final do ano passado não seriam re­vogadas, mas acenaram com a possibilidade de mudanças no conteúdo das ações.

Ramo metalúrgico cutista

A FEM-CUT/SP e os 14 sindicatos metalúrgicos filiados, que representam 242 mil trabalhadores em todo o Estado de São Paulo, participaram do protesto. “Nos últimos 12 anos, o Brasil tem sido exemplo para vários países do mundo, que enfrentaram crises, ao adotar medidas sociais que reduziram a pobreza extrema, ampliaram os postos de trabalhos, combateram o desemprego, mantiveram a valorização do salário mínimo e o ciclo virtuoso de ganhos reais nos salários. Sabemos das dificuldades econômicas deste ano, mas não podemos retroceder”. conta o presidente da Federação, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro.

Protesto continua em fevereiro

A CUT e as centrais voltarão às ruas, no dia 26 de fevereiro, para realizar a Marcha da Classe Trabalhadora, em São Paulo, com concentração na Praça da Sé.

 

Fonte: Viviane Barbosa, da Redação da FEM-CUT/SP com informações da CUT Nacional