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Pauta da Campanha Salarial é aprovada, com luta também pela vacina

Com inflação descontrolada, campanha vai buscar recuperar o poder de compra do trabalhador e cobrar nacionalização da indústria

A pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2021 foi aprovada pelos trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, com 558 votos favoráveis. A assembleia, que ocorreu de forma on-line nos dias 16 e 17, teve apenas 4 votos contrários e 6 abstenções.

O tema aprovado para este ano é “Campanha Salarial 2021 É + salário, + vacina, + emprego, + direitos, + unidade”.

Além disso, os trabalhadores também concordaram com os eixos que servirão de parâmetro para as negociações da FEM/CUT-SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo) e dos sindicatos filiados com a bancada patronal:

– Preservação da saúde e da vida;

– Garantia de emprego;

– Aumento salarial que restabeleça o poder aquisitivo do trabalhador;

– Valorização das normas coletivas de trabalho;

– Política industrial com nacionalização de componentes, máquinas e equipamentos.

Em todo o Estado, as negociações envolvem 200 mil trabalhadores e a data-base da categoria é 1º de setembro. A entrega da pauta aos representantes patronais está prevista para o dia 29 de junho, em reunião online.

Resultado da votação on-line nos dias 16 e 17

GRUPOS

Nas negociações deste ano, alguns grupos já têm CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) garantida. Nas bancadas patronais do Grupo 2, que envolve a Confab, do Grupo 3 das autopeças, do Sindicel que representa a Novelis e do Sindratar, que representa a Bundy, as cláusulas sociais têm vigência de dois anos, até 2022.

Mas outros setores, como o Grupo 8.2, da Gerdau e GV do Brasil, e o Grupo 8.3, de estruturas metálicas e o G10 – a pauta será “cheia”. Ou seja, será negociada a renovação dos direitos previstos na Convenção Coletiva e também o reajuste salarial.

AUMENTAR O TOM

Luiz Carlos Dias – Luizão, presidente da FEM-CUT/SP (foto Adonis Guerra)

O presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, ressalta que, nesta campanha, os Metalúrgicos têm como objetivo cobrar os direitos que vem sendo retirados dos trabalhadores desde o golpe em 2016 e da implantação da reforma trabalhista.

“Enquanto estamos sofrendo com os ataques e a pandemia, o lado empresarial, com parte do Congresso e governo federal, continuam tentando tirar nossos direitos. Nesta Campanha Salarial é necessário que a gente aumente o tom”, afirma.

PRODUÇÃO ALTA

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pinda, André Oliveira, a categoria precisar mostrar unidade para confrontar o discurso de crise dos patrões.

“Fizemos sim, muitos acordos para preservar empregos no auge da crise, deu certo, as fábricas retomaram, e foi o trabalhador que inclusive se arriscou pra continuar essa produção. Não podemos deixar que os patrões venham com esse discurso de crise pra tirar direitos dos metalúrgicos. Muitas empresas estão com produção alta e nós vamos sim atrás de um aumento justo para o trabalhador, que tem sofrido demais com essa inflação alta, com o preço de tudo disparado”, disse.

Ainda faltam três meses para o fechamento do índice oficial da inflação que é utilizado de parâmetro na campanha salarial, mas ele já está mais que o dobro do ano passado, em 7,71%.