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Trabalhadores da Confab param produção por uma hora contra demissões e por PLR

Comissão de PLR já assinou proposta, mesmo sem valores, e deu cheque em branco pra empresa

Assembleia aprovou paralisação de uma hora

Os trabalhadores da Tenaris Confab fizeram uma paralisação de uma hora nessa quarta-feira, dia 22, na unidade Tubos e Coating contra demissões que ocorreram na empresa e contra mudanças na PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, André Oliveira – Andrezão, o protesto foi aprovado em assembleia que mostrou grande unidade da categoria.

“O sindicato tem feito bastante pressão contra o excesso de demissões, também as demissões irregulares, algumas até já foram revertidas, mas vamos continuar na briga. A produção baixa dificulta que seja feito um movimento mais forte, mas o sindicato não deixará jamais de lutar até o fim pelos trabalhadores”, disse Andrezão.

O presidente André Oliveira – Andrezão

O sindicato se manifestou contra alguns pontos do novo modelo de PLR proposto pela empresa, mas a Comissão de PLR, que é soberana e este ano está composta em sua maioria por trabalhadores ligados à chefia da empresa, aprovou a mudança.

“Ainda não se tem valores e a maioria da comissão já assinou. Deram um cheque em branco para a empresa. A direção da fábrica fez uma mudança apressada, para aproveitar que tem a maioria, e até vai atrasar o pagamento em um mês porque não dá tempo de fazer o trâmite. Poderia ter mudado pra vigorar o ano que vem”, disse o representante do sindicato na comissão, Vicente Caetano – Serrinha.

MUDANÇAS PLR

Dirigente Serrinha, representante do sindicato na Comissão de PLR, que não concordou com pontos da mudança

O formato da fábrica agora não será mais PLR, mas sim PPR (Programa de Participação nos Resultados).

O pagamento que seria feito no dia 31 de setembro foi prorrogado para 31 de outubro. O valor mínimo para que haja pagamento da PPR é de R$ 80 milhões de lucro.

A PR – Parceria e Resultado continua. A porcentagem até aumentou de 0,4 salário (40% do salário) para 0,5 salário, mas o sistema de medição mudou. Ele deixou de ser baseado no nível de produção da área e passou a ser pela avaliação individual feita pelo chefe.

“Esse é o ponto mais complicado, que o sindicato manifestou que é contra. Essa avaliação individual certamente será usada pela chefia da empresa pra tentar dividir a categoria e inibir a mobilização dos trabalhadores. Avaliação individual é usada pra dar promoção, não pra PLR”, disse Serrinha.

Um novo sistema também foi aplicado. O CPB – Company Performance Bônus, algo que já existia para os trabalhadores mensalistas e agora também estará com os horistas. Caso a empresa não atinja o mínimo, essa regra será aplicada para que o pagamento de PLR não seja zero.

O protesto também criticou a negativa da empresa em apresentar os relatórios mensais ou ao menos trimestrais de produção, como ocorre nas outras fábricas.