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Encontro da FEM-CUT/SP reúne mais de 100 metalúrgicas de todo o Estado

“Nossa preocupação é construir o aumento da participação da mulher no ramo”, diz Biro Biro

Evento reuniu metalúrgicas e também trabalhadoras de outros ramos (Crédito foto: Nayara Striani/Mídia Consulte)
Evento reuniu metalúrgicas e também trabalhadoras de outros ramos (Crédito foto: Nayara Striani/Mídia Consulte)

 

Mais de 100 mulheres metalúrgicas dos 14 sindicatos filiados à FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP) participaram do 2º Encontro de Mulheres Metalúrgicas da Federação, que abordou os temas: trabalho compartilhado, mulher e saúde e dependência química. Também prestigiaram a atividade dirigentes cutistas bancárias, servidoras públicas municipais, estaduais, professoras e costureiras.

Promovido pela Secretaria da Mulher da FEM, o evento aconteceu no dia 22 de maio, na sede da entidade, em São Bernardo. O Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT participou.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Pinda participou do encontro (Foto: Divulgação)
O Sindicato dos Metalúrgicos de Pinda participou do encontro (Foto: Divulgação)

O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva, Biro Biro, abriu os trabalhos e elogiou a participação das trabalhadoras. “Temos a preocupação de construir o aumento da participação da mulher metalúrgica no nosso ramo. Temos orientando os nossos sindicatos a fazerem este debate nas bases”, relata.

A dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Coletivo Nacional de Mulheres da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Cícera Michele Silva Marques, abordou os avanços nas cláusulas sociais em defesa das mulheres conquistados nas Campanhas Salariais da FEM-CUT/SP e citou, por exemplo, a garantia de estabilidade à trabalhadora que sofrer aborto. “Somos apenas 16% da nossa categoria, mas temos uma organização forte que tem feito muita diferença nas conquistas sociais. Esta cláusula do aborto é um avanço extraordinário”.

A Secretária da Mulher da FEM, Andréa Ferreira Souza, destacou outra importante conquista social: a Licença Maternidade de 180 dias. “Hoje, mais de 70% da nossa base está contemplada. Essa conquista é fruto da luta da mulher e do homem”, explica.

Sobre a jornada de trabalho, Michele falou que as mulheres desenvolvem quatro jornadas em uma só e destacou que é fundamental a união de todas as metalúrgicas neste 2º Encontro para formular políticas que assegurem condições justas e iguais para todos.

Biro Biro, a deputada Janete Pietá e Teonílio Barba (crédito: Nayara Striani)
Biro Biro, a deputada Janete Pietá e Teonílio Barba (crédito: Nayara Striani)

Trabalho compartilhado

A Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, Sônia Auxiliadora, disse que as relações compartilhadas entre homens e mulheres têm que iniciar dentro de casa. “As mulheres ganham 30% menos que os homens. Enquanto não tratarmos as diferenças existentes, não conseguiremos chegar à igualdade”, ressalta.

A sindicalista citou o exemplo do racismo, afirmando que ‘se não desconstruir essa realidade, mostrando que isso não é normal, não há Lei que garanta esta transformação’.

“A FEM tem um papel fundamental dentro da CUT. É um ramo que serve de modelo para todos e pode fazer este empoderamento em todos os espaços, defendendo um modelo diferente de sociedade”.

Adi dos Santos Lima, presidente da CUT/SP, socializou que aprendeu com a sua mãe a compartilhar o trabalho doméstico. “Em nossa família somos em sete homens e duas mulheres e desde pequenos aprendemos a cozinhar e a lavar roupa. O trabalho compartilhado faz parte da nossa formação”, relata.

Perfil

Durante o 2º Encontro de Mulheres Metalúrgicas da FEM, a economista da Subseção do Dieese da FEM-CNM/CUT, Caroline Gonçalves, apresentou dados do perfil da mulher metalúrgica no Estado. Segundo a pesquisa, a participação delas cresceu expressivamente nos últimos dez anos, passou de 13,54% (2003) para 16,69% (2013), totalizando 43,7 mil metalúrgicas na base da FEM no Estado

A maioria delas são jovens de 25 a 39 anos (55%), tem ensino médio completo (56,54%) e estão concentradas nos setores eletroeletrônico (29,85%) e autopeças (27,97%). “Na questão salarial, elas recebem menos que os homens em todos os setores, na média 30,64%. No eletroeletrônico essa diferença chega a 35,43%. A situação é pior para as mulheres negras que ganham 26,94% menos que a mulher não negra”, explica Caroline.

A economista também apresentou outro estudo sobre o impacto da reestruturação produtiva no trabalho das mulheres, que mostrou conclusões preocupantes: desqualificação do trabalho feminino, rebaixamento de salários e comprometimento da saúde e adoecimento psico-físico.

Fonte: Viviane Barbosa, da Redação da FEM-CUT/SP

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