fbpx

Gerdau paga segunda parcela da PLR

Nessa sexta-feira, dia 22, a fábrica Gerdau de Pindamonhangaba realizou o pagamento da segunda parcela da PLR (Participação nós Lucros e Resultados), que na fábrica tem o nome de programa Metas.

A PLR varia conforme o salário de cada funcionário, mas o Sindicato estima que mais de R$ 10 milhões tenham sido injetados nessa parcela.

A Gerdau tem o setor de Construção Mecânica, que faz as barras de aço, e que está muito alta, e tem o setor de Usinagem, que faz cilindros e tem mantido boa produção também.

Nos dois setores funciona assim. A metade do valor é calculada pela produção, redução de custos, metas de cada área, e a outra metade é vinculada ao Ebtida (lucro antes de juros e impostos).

Se o Ebtida atingir 100% das metas está dentro do planejado, e se passar de 115%, tem um bônus pelo recorde, por ter chegado no chamado “over performance”.

Veja como ficou cada setor:

Construção Mecânica

No geral, a construção mecânica fechou o Ebtida da PLR com 156%, muito acima dos 115%, um grande recorde.

“Teve algumas situações de áreas que a gente ainda precisou ir atrás, corrigir, mas no geral foi próximo daquilo que a gente viu na produção. Pessoal trabalhou muito mesmo no semestre. Cada centavo dessa PLR é mérito do trabalhador”, disse o dirigente Márcio Fernandes, coordenador sindical na construção mecânica.

Usinagem

Na Usinagem, que é a Gerdau Summit, teve problema.

O trabalhadores vinham acompanhando as metas, o Ebtida estava dentro do planejado, passando com folga. Em outubro estava 105%, em novembro 103%.

A própria chefia já afirmava que não havia possibilidade de não atingir a meta.

Porém, no dia do fechamento, ela caiu pra 99%, 1% abaixo do limite de 100% pra estar dentro do planejado. Todas as áreas da Summit caíram 10% do dia pra noite.

A direção do sindicato protestou. Na fiscalização do valor de cada célula das áreas, muita coisa foi melhorada, como na USP, mas ainda ficou abaixo do esperado.

O Sindicato foi insistente com a Gerdau. A fábrica alega que o programa considera o negócio, não apenas produção. Alegaram que o material que ficou preso no porto por causa da pandemia e perdeu prazo, afetou o resultado final, cliente que pediu pra adiar entrega prejudicou também.

“É um valor importante que o pessoal recebeu, mas não é o correto, não é a realidade do que a gente viu na produção. Nunca fica muito claro como chegam no índice do Ebtida. Trabalhador fez a produção, pessoal ralou muito na hora-extra, muito excesso de jornada. Absurdo o que aconteceu”, disse o dirigente Alex Bebê, coordenador sindical na usinagem.

PROTESTOS

Presidente Andrezão durante um dos protestos por PLR, em março de 2020, antes da quarentena da pandemia

Vários protestos por causa da PLR já ocorreram na Gerdau. Em março de 2020 uma paralisação forte ocorreu por conta da falta de transparência no sistema.

O presidente André Oliveira tem discutido a situação com todo o comitê sindical Gerdau.

“De forma geral, muitos na fábrica tiveram um bom pagamento. Mas essa mudança dos números na véspera do fechamento coloca em descrédito todo o programa. Todo ano acontece isso. E a mudança é sempre pra menos. Ainda vai acabar tendo greve por causa dessa manipulação estranha do resultado”, disse.